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Este microbook é uma resenha crítica da obra: BRICS 2025: Tudo o que aconteceu no encontro do Rio
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Editora: 12min
O 17º Encontro de Líderes do BRICS aconteceu no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 7 de julho de 2025. A edição marcou uma virada importante na atuação do grupo, que hoje vai além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a recente expansão, países como Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos também participaram da cúpula, refletindo o novo momento de consolidação dos BRICS como um bloco de influência global. O tema oficial foi "Fortalecendo a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável", sinalizando a busca por maior protagonismo das nações em desenvolvimento nos fóruns de decisão mundial.
A principal pauta da cúpula foi a reforma da governança global. Os BRICS defenderam mudanças em instituições como a ONU, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, argumentando que essas estruturas ainda refletem o equilíbrio de poder do pós-Segunda Guerra e não representam a atual distribuição econômica e geopolítica. A proposta é ampliar a representatividade de países do Sul Global, como os próprios membros dos BRICS e seus aliados, em decisões que hoje concentram poder em um pequeno número de países do Norte Global. O Brasil, por exemplo, reforçou seu pleito por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, enquanto a África do Sul e a Índia também demandaram mais espaço para países africanos e asiáticos. O bloco criticou o uso excessivo de sanções unilaterais e medidas protecionistas por potências ocidentais, reforçando a necessidade de um sistema multilateral mais justo, equilibrado e inclusivo.
Outro ponto central do encontro foi a criação de um sistema financeiro menos dependente do dólar. A proposta é fortalecer o uso de moedas locais nas trocas comerciais entre os países do bloco, o que permitiria maior autonomia frente às flutuações da moeda americana e às sanções econômicas impostas por países desenvolvidos. Os bancos centrais dos BRICS anunciaram a formação de um grupo técnico para estudar mecanismos de liquidação em moedas nacionais, como o yuan, o rublo, a rúpia e o real. Essa medida é vista como estratégica, especialmente após o uso do sistema financeiro como ferramenta de pressão política durante conflitos recentes, como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio. Além disso, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco dos BRICS, anunciou a ampliação de linhas de crédito em moedas locais para projetos de infraestrutura, saúde e transição energética. A ideia é criar um ecossistema financeiro próprio, menos vulnerável às regras de Washington e Bruxelas, e mais alinhado às prioridades dos países emergentes.
As crises geopolíticas em curso também foram discutidas com destaque. Sem citar diretamente os Estados Unidos, o grupo criticou a escalada de tarifas e sanções como instrumento de pressão unilateral. Houve especial preocupação com o agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza e o risco de uma guerra regional envolvendo o Irã. O presidente Lula adotou uma postura moderada, defendendo o diálogo multilateral como única saída para os conflitos. A declaração final da cúpula expressou apoio a soluções pacíficas baseadas no direito internacional, condenando qualquer violação da soberania dos Estados. Ainda assim, o texto também reafirma o direito à autodeterminação dos povos, o que pode ser lido como um aceno ao apoio a causas palestinas e à resistência de países como o Irã frente às potências ocidentais. A Índia, por sua vez, reforçou sua preocupação com o terrorismo transnacional, pedindo maior cooperação em segurança cibernética e inteligência. Embora os BRICS evitem se posicionar diretamente em blocos ideológicos, o tom da cúpula foi claramente crítico à ordem mundial liderada por Estados Unidos e União Europeia.
A ausência de Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) foi um dos pontos mais comentados do evento. Xi alegou compromissos internos, enquanto Putin participou por videoconferência, uma decisão interpretada como forma de evitar constrangimentos devido ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Apesar disso, ambos os países foram representados por ministros de alto escalão e participaram ativamente das decisões. O protagonismo acabou ficando nas mãos de Lula, que sediou o encontro, e do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que tem buscado ampliar sua liderança no Sul Global. Essa divisão de protagonismo entre Brasil e Índia reflete também os novos equilíbrios internos do grupo, com a China optando por uma postura mais discreta em meio à pressão econômica e às tensões com os Estados Unidos. Nos bastidores, circularam rumores de desacordos entre os países fundadores sobre o ritmo e critérios de expansão do bloco. Ainda assim, a declaração final teve 126 pontos consensuais, mostrando que, apesar das diferenças internas, os BRICS seguem comprometidos em projetar influência de forma coordenada.
A expansão dos BRICS para além dos cinco países fundadores traz oportunidades e tensões. A entrada de novas nações com regimes políticos distintos, como o Irã e os Emirados Árabes Unidos, levanta questionamentos sobre a coesão do bloco. No entanto, o encontro no Rio mostrou que, mesmo com divergências, há consenso em torno de eixos estratégicos: reforma da governança global, multipolaridade, desenvolvimento sustentável e soberania nacional. A presença de países como Indonésia e Etiópia amplia o alcance do grupo na Ásia e na África, reforçando sua legitimidade como representante do Sul Global. Ainda assim, analistas apontam que a eficácia do bloco dependerá da capacidade de transformar consensos diplomáticos em cooperação concreta. A ausência de um mecanismo institucional robusto, como um secretariado permanente, dificulta a implementação de decisões. Para compensar isso, os BRICS têm investido em fóruns paralelos – como o Fórum de Negócios e o Conselho de Think Tanks – que funcionam como pontes entre governos, setor privado e sociedade civil. Em meio à pressão de potências ocidentais, o bloco vem consolidando sua identidade como alternativa ao G7, sem romper totalmente com a ordem vigente.
O Brasil teve papel central na cúpula do Rio, tanto como país anfitrião quanto como articulador político dentro do bloco. A presidência temporária brasileira foi usada para projetar uma imagem de liderança diplomática equilibrada, dialogando com todas as frentes. Lula defendeu abertamente uma reforma na ONU e reafirmou o interesse do Brasil em ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. Além disso, buscou posicionar o país como interlocutor confiável entre diferentes regiões, especialmente entre América Latina e África. Nos bastidores, o Itamaraty atuou para mediar divergências entre membros antigos e novos do grupo, como o Irã e os Emirados Árabes, e para garantir que a declaração final fosse aprovada por consenso. O Brasil também impulsionou pautas como sustentabilidade, combate à fome e regulação da inteligência artificial, tentando mostrar que os BRICS podem ser mais que um bloco geopolítico — e também uma aliança com foco em soluções práticas para problemas globais. A escolha do Rio como sede teve peso simbólico: mostrou o desejo de aproximar o bloco da sociedade civil e projetar uma imagem de abertura e diversidade cultural. A atuação brasileira foi discreta, mas estratégica, consolidando sua posição como voz moderada e pragmática no Sul Global.
Com o encerramento da cúpula, o desafio agora é transformar discursos em ações concretas. Entre as principais promessas estão a criação de mecanismos de pagamento em moedas locais, o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento e o avanço de propostas para reforma das instituições multilaterais. Os próximos meses serão cruciais para medir a eficácia do bloco em implementar essas decisões. Um grupo técnico permanente foi criado para detalhar as propostas financeiras e apresentar um plano de ação até o fim de 2025. Também está prevista uma nova rodada de encontros ministeriais e fóruns regionais para consolidar alianças com outros países do Sul Global. Do ponto de vista político, o BRICS enfrentará o desafio de manter a coesão interna, especialmente diante das tensões crescentes com os Estados Unidos, que já anunciaram novas tarifas contra países alinhados ao bloco. No campo da comunicação, os BRICS também devem trabalhar para melhorar sua imagem pública, com campanhas de diplomacia cultural e ampliação de canais oficiais multilíngues. O encontro do Rio foi um passo importante, mas o que virá depois depende da capacidade do grupo de criar estruturas permanentes, manter o diálogo entre diferentes regimes e se posicionar de forma clara no cenário internacional.
O grupo quer mais voz no sistema internacional, menos dependência do dólar e mais cooperação entre países do Sul Global. Mesmo com diferenças políticas e econômicas, os BRICS mostraram que conseguem atuar de forma coordenada, propondo reformas, construindo alternativas e marcando posição em temas sensíveis da agenda global. O que era antes um grupo simbólico, hoje começa a se firmar como um espaço real de articulação política e econômica entre países que querem mais protagonismo sem depender das grandes potências ocidentais.
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